domingo, 14 de dezembro de 2008

Escrita

Guia de Produção textual

Manual de redação


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ATRAC participa de discussões na disciplina de Antropologia 3

Na próxima segunda-feira, dia 08 de setembro de 2008, às 7:45h, Tina Rodrigues, representante da Associação dos Travestis do Ceará (ATRAC), estará ministrando palestra na sala 36 do Centro de Humanidades da UECE
O evento faz parte da programação da disciplina que, ao longo do semestre, vem convidando vários representantes de diversos movimentos sociais. No último dia 25 de agosto, recebemos as lideranças do Movimento Negro, Paulo Rogério e João Aldemir. No final de setembro, o prof. Nildo Bento de Matos, presidente da Associação dos Professores Indígenas Tapeba (APROINT), também irá palestrar no espaço da disciplina.

Quem desejar participar do evento, pode confirmar a presença aqui no blog (comentários).

Para mais informações sobre a ATRAC, acesse o site http://www.atracbrasil.org.br/

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Cineclube das Ciências Sociais apresenta Orí


Acontecerá, no dia 03 de setembro de 2008, às 9h30, mais uma exibição do Cineclube de Ciências Sociais. Desta vez, será apresentado o filme Orí, de Raquel Gerber. Após o filme, haverá um debate com Pai Olutoji, sacerdote de Candomblé, e Igor Monteiro, mestrando em Sociologia (UFC).
Essa programação faz parte da "Mostra, Negro! - Olhares sobre o negro no cinema nacional".



Para mais informações: Bruno Sampaio (8867.2165) e Emmanuel Bastos (8832.1603)


"Orí", a visão de uma raça em um filme-tese sobre a cultura negra*
.
"Orí" significa "cabeça" - consciência negra na sua relação com o tempo, a história e a memória - um termo de origem yorubá, povo da África Ocidental. Assim, numa definição mais sucinta pode-se dizer que "Orí" fala da memória e da busca da autoimagem do negro na modernidade. O encontro de Raquel Gerber com a historiadora negra Beatriz Nascimento, com seus estudos sobre a ideologia dos Quilombos (estabelecimentos guerreiros e sociedades iniciáticas que existiram por séculos desde a abertura da floresta equatorial africana pelos Bantus até seu estabelecimento na África Centro Ocidental e sua recriação no Brasil como forma de resistência, desde o Quilombo dos Palmares no século XVII), foi que possibilitou um mergulho tão profundo numa questão cultural até hoje insuficientemente estudada - não só no cinema, mas também nas universidades.
Orí aqui se trata de um documentário de características especiais, abordando os movimentos negros no Brasil e na América, a partir de 1977 e através de suas lideranças, o filme discute pensamentos e ideologia. Resultado de 10 anos de um trabalho sério e dedicado de pesquisa da socióloga, professora, pesquisadora e cineasta Raquel Gerber, 43 anos, preocupada em reconstituir através de um filme rodado em vários Estados do Brasil (São Paulo, Minas, Alagoas, Rio) e África Ocidental (Senegal, Mali e Costa do Marfim) uma visão do negro e sua identidade cultural.
Justamente pelos propósitos com que foi concebido, "Orí" - superando os problemas de sonorização e mesmo montagem - interessou os organizadores dos mais importantes festivais culturais de cinema em inúmeros países, a começar pelo Yamagata Internacional Documentary Film Festival, Japão.
Independente de vários outros aspectos - o sentido de líderes dos movimentos negros - "Orí" tem especial atração na parte musical. Nana Vasconcelos, percussionista pernambucano que vive há mais de dez anos no Exterior, parceiro de Egberto Gismonti em discos de primeira categoria, ele próprio solista de uma gravação com a Filarmônica de Berlim, criou uma trilha sonora magnífica, integrada aos propósitos do filme-documento que Raquel realizou. As imagens também mergulham em ritmos negros da América, resultado da diáspora dos negros, indo das escolas de samba de São Paulo (especialmente a Vai-Vai) até o soul, funk e reggae de Jimmy Horne, Black Rio, Peter Tosh, Jimmy Cliff, Bob Marley e suas influências em Gilberto Gil e, especialmente, a (hoje extinta) Banda Black Rio. Foi filmado no Brasil e na África por fotógrafos da competência de Hermano Penna (diretor de "Sargento Getúlio"), Jorge Bodanzky ("Os Muckers"), Pedro Farkas, entre outros. Só este aspecto do documentário - no registro do Carnaval, dos ritos do candomblé, do poder da terra - já confere a "Orí" um valor especial, compensando o esforço intelectual que representa a sua visão atenta. Não se trata, evidentemente, de um filme de digestiva e fácil absorção, mas é indispensável de ser visto por estudantes de Ciências Sociais, sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, filósofos e integrantes de movimentos da raça negra - enfim todos que tem uma preocupação cultural em entender melhor a cultura e presença dos negros no Brasil.
Raquel salienta que "Orí" contou com o apoio de eminentes historiadores, antropólogos, musicólogos, museus e instituições brasileiras e européias para obtenção de iconografia original. Assim, "Orí" pode ser descrito como uma sinfonia de sons e imagens, com significados simbólicos das linguagens que emergem dos propósitos do movimento negro.
O filme revela ainda a emoção da luta pela liberdade do corpo e da alma dos povos da Modernidade do Ocidente: no cotidiano, nas festas, como o Carnaval e nos ritos como o Candomblé (terreiro Ylê Xoroquê), ressaltando o poder da Terra, dos Orixás e dos ancestrais.
Filmes como "Orí" são trabalhos de tese, significando anos de pesquisas, com grande significado para a visão de questões amplas e, até hoje, ainda insuficientemente estudadas.
*Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente no jornal "Estado do Paraná", Caderno ou Suplemento: Almanaque / Coluna ou Seção: Cinema. Página: 8 - Data: 06/10/1989
Sobre Raquel Gerber:
Autora da tese "O Mito da Civilização Atlântica - Glauber Rocha e o Cinema Novo, Cinema e Sociedade" (editado em 1978 pela Paz e Terra) e também de "Cinema Brasileiro e Processo Político e Cultural" (de 1950 a 1978) (Edição Embrafilme, 1982), tendo trabalhado com Paulo Emílio Salles Gomes (na Cinemateca Brasileira), Glauber Rocha, Hector Babenco e Orlando Senna, Raquel realizou entre 1977/81, um outro estudo sobre a cultura negra em São Paulo ("Ylê Xoroquê", 1977/81). "Orí" é um projeto que foi desenvolvido durante 11 anos.

sábado, 23 de agosto de 2008

Antropologia em ação

Aos alunos da disciplina, aqui estão postados os textos a serem debatidos quanto ao assunto das cotas raciais:

CARVALHO, José Jorge de. As Ações Afirmativas como Resposta ao Racismo Acadêmico e seu Impacto nas Ciências Sociais Brasileiras. Série Antropologia/UNB, n.358, 2004.
http://www.unb.br/ics/dan/Serie358empdf.pdf

_____. Inclusão Étnica e Racial no Ensino Superior: Um Desafio para as Universidades Federais. Série Antropologia/UNB, n.382, 2005.
http://www.unb.br/ics/dan/Serie382empdf.pdf


A leituras desses textos são imprencidíveis para os debates na sala de aula, que devem incitar nossa produção enquanto intelectuais.

domingo, 3 de agosto de 2008

Mostra NEGRO - Cineclube de Ciências Socias


O pulso ainda pulsa. E o blog também.


Acontecerá, nos meses de agosto e setembro, a mostra "Negro - Olhares sobre o Negro no Cinema Nacional".

13 de agosto - Madame Satã (Karim Ainoüz)
20 de agosto – A Negação do Brasil (Joel Zito Araújo)
3 de setembro – Orí (Raquel Gerber)
10 de setembro – Zumbi Somos Nós (Frente 3 de fevereiro)
17 de setembro – Atlântico Negro, Na Rota dos Orixás (Renato Barbieri)

Local: Auditório do Centro de Humanidades – UECE.

Toda Quarta-feira às 9h30


Após as exibições ocorrerão debates com convidados:

- Integrantes do Movimento Negro
- Integrantes da Juventude Negra Kalunga
- Max Maranhão - Prof. De Antropologia (UECE)
- Gérson Júnior - Prof. De Antropologia (UECE)
- Geovani Jacó – Prof. De Sociologia (UECE)
- Pai Olutoji – Sacerdote do Candomblé
- Armando Praça – Cineasta e Estudante de Ciências Sociais (UECE)
- Igor Monteiro – Mestrando de Sociologia (UFC)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Notas

Prezad@s da Antropologia 3,

Finalmente as notas.

Peço-lhes também que me façam a gentileza de enviar para o seguinte endereço (max@netbandalarga.com.br) os trabalhos listados abaixo, pois gostaria de deixa-los numa área do Blog para que sirvam de referência para outras turmas e, por favor, me autorizem.

Vou ficando por aqui, aproveitem os dias de descanso (se tiverem) e, mais uma vez, foi um prazer a nossa convivência intelectual.

Abraços

P.S.: Não devolverei os trabalhos, pois não há comentários e todos estão em formato eletrônico. Outra coisa: há alguns sem nota, mas fiquei sabendo hoje que há trabalhos na coordenação.

Descobri outra coisa. A Tabela não sai no Blog, mas a sequência de notas é a seguinte: primeiro número = primeira nota; segundo número = segunda nota; terceiro número = média final.

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Luana Regis – Resenha Jose Jorge
Aline Muritiba - Resenha Monica Pechincha
Emmanuel Freitas – Resenha textos Jose Jorge, Ricardo Ventura e Marcos Maio
Carlos do Vale – Resenha Monica Pechincha
Felipe – Da Matta (Você sabe com que está falando)

Artigos
Carla, Gustavo e Daniel
Rosania, Luana Freitas e Henrique
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Nome Nota 1 (Artigo) Nota 2 (Seminário/Resenha/Participação) Nota Final
Aline Cristina 9 9 9
Armando Pinho - - -
Bruno Leonardo 8 (+2) 10 10
Carla Dolores 9 (+1) 10 10
Carlos Vale 8 6 7
Daniel Valentin 9 5 7
Elda Maria 9 9 9
Elma Jannier - - -
Emmanuel Freitas 9 (+1) 10 10
Emmanuela Ponte 7 7 7
Erica Sales - - -
Estácio de Souza - - -
Felipe Camilo 9 9 9
Fernando César - - -
Francisca Romelia 8 6 7
Francisca Rosania 9 9 9
Francisco Thiago - - -
Gustavo de Souza - - -
Gustavo Meireles 9 9 9
Henrique Souza 9 (+1) 10 10
Jose Napoleão 9 - -
Luana das Neves 9 (+1) 10 10
Luana Freitas 9 9 9
Marcelo Bezerra 8 - -
Maria Edna 8 (+2) 10 10
Marina Leitão - - -
Mateus Alencar - - -
Paulo de Oliveira 9 7 8
Priscila Fidelis 9 5 7
Rafael Leite 8 6 7

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Antropologia em Ação e Conjutivite


Prezados estudantes de Ciências Sociais,

Finalmente consegui postar nossa atividade. Ela consiste na leitura e resenha dos três textos listados a seguir. A entrega da resenha deverá acontecer no dia 21 de maio.

Na próxima semana acontecerá aula normalmente (dias 19 e 21 d maio):


O confinamento racial do mundo acadêmico brasileiro
JoseJorge de Carvalho
http://www.unb.br/ics/dan/Serie395empdf.pdf

POLÍTICA DE COTAS RACIAIS, OS “OLHOS DA SOCIEDADE” E OS USOS DA ANTROPOLOGIA: O CASO DO VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB)
Marcos Chor Maio e Ricardo Ventura Santos
http://www.ub.edu/masteroficial/antropologia/images/chor(2).pdf


CARVALHO, José Jorge de. Usos e abusos da antropologia em um contexto de tensão racial: o caso das cotas para negros na UnB. Horiz. antropol., Jan./June 2005, vol.11, no.23, p.237-246.
http://www.scielo.br/pdf/ha/v11n23/a18v1123.pdf

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Antropologia do Brasil - Bibliografia

A SOCIOLOGIA DUAL DE ROBERTO DA MATTA: DESCOBRINDO NOSSOS MISTÉRIOS OU SISTEMATIZANDO NOSSOS AUTO-ENGANOS?

Jessé Souza

Palavras-chave
Sociologia do personalismo; Sociologia damattiana; Modernização seletiva; Dilema brasileiro; Cidadania dual.

O artigo critica os estudos que analisam a formação social brasileira segundo o paradigma teórico do personalismo, privilegiando o debate com a sociologia dual de Roberto da Matta. Sob o ponto de vista metateórico, critica a pressuposição, o mais das vezes implícita, de um conceito unilateral e indiferenciado de modernidade ocidental que torna possível a definição do Brasil como o "outro" da modernidade. Sob o ponto de vista mais propriamente teórico, critica-se a ausência de uma teoria da estratificação social que permitisse uma adequada compreensão da relação entre os valores e sua institucionalização. A segunda parte do artigo propõe uma interpretação alternativa à de Da Matta, na qual a consideração de aspectos negligenciados pela análise desse autor permitiria perceber a convivência entre atraso e modernidade, assim como a coexistência entre possibilidade de real ascensão social e marginalização que sempre caracterizaram a sociedade brasileira. O conceito alternativo proposto para a dinâmica de desenvolvimento brasileiro é o de uma "modernidade seletiva", a qual possuiria, historicamente, uma dinâmica de classe, a partir da apropriação diferencial da influência e dos valores europeus.

ver artigo completo em doc e pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092001000100003

domingo, 13 de abril de 2008

Antropologia do Brasil - Bibliografia

O Brasil no discurso da antropologia nacional

Mônica Thereza Soares Pechincha

Ao desmistificar crenças e argumentos largamente aceitos no mundo acadêmico, este livro faz uma releitura crítica dos cânones da antropologia brasileira, investigando o viés autoritário dos discursos hegemônicos, a partir dos quais conceitos de “cultura” são enunciados.

Alinhada com a linha dos “estudos culturais”, a autora resgata a inarredável consciência do papel político das ciências sociais, reafirmando que não se pode, em absoluto, admitir o relativismo como lugar privilegiado do escape ideológico.

Numa análise que remete a marcos importantes da antropologia brasileira, Mônica Pechincha identifica na linguagem antropológica dos estudos sobre o Brasil, sobretudo na obra de Roberto DaMatta, nítidos sotaques de conservadorismo oligárquico e de resistência ao reconhecimento real da existência e do poder do “Outro”.

Fonte: http://www.canoneeditorial.com.br/

[Antropologia do Brasil] Roberto da Matta




Roberto Da Matta (antropólogo)

25/02/2007

Sociólogos, antropólogos, historiadores, economistas – é grande a galeria dos intelectuais que vêm tentando formular uma interpretação para o Brasil. Gilberto Freyre, Luiz da Câmara Cascudo, Sérgio Buarque de Holanda, só para citar alguns, empenharam-se decisivamente neste campo. E cada um foi colocando um pequeno tijolo nesta catedral que ainda está longe, muito longe de ser concluída. Entre os contemporâneos, o antropólogo Roberto DaMatta é reconhecido como um dos intelectuais que mais contribuíram para a interpretação do Brasil. No final dos anos 70, publicou o livro “Carnavais, Malandros e Heróis”, com foco na festa carnavalesca, na malandragem, no clientelismo e no autoritarismo do velho “você sabe com quem está falando?”; aspectos até então negligenciados nos estudos antropológicos. Participam da entrevista os jornalistas José Paulo Cunha, da TV Câmara, e Christian Moraes, da Secretaria de Comunicação da Câmara dos Deputados, e o historiador da Universidade de Brasília, Antônio Barbosa.

Reprodução autorizada mediante citação da TV Câmara

http://www2.camara.gov.br/internet/tv/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/default.asp?selecao=PESQUISA&codVeiculo=1&assunto=Contains%28m%2E%2A%2C%27%22matta%22%27%29

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Mamãe, eu me apaixonei pelo meu informante.

Pessoas,

Divirtam-se com esse vídeo que brinca com a relação entre pesquisador - pesquisado, sobre a tal " sedução do objeto".
Rsrsrs.
É só clicar no link!

Links dos textos citados na aula do dia 02.04 [Etnologia indígena]

Aqui estão os links de alguns textos citados durante o Seminário do bloco de estudos sobre etnologia indígena, com ênfase no Nordeste/Ceará. É interessante dar uma olhada, pois nos ajudam a pensar sobre a antropologia em si e seus diversos temas possíveis, não apenas a questão indígena.



Fluxos, Fronteiras e Híbridos. HANNERZ, Ulf.
O Olhar etnográfico e a voz subalterna. CARVALHO, José Jorge de.
A antropologia numa era de confusão. MAYBURY-LEWIS, David.


Abraços e boa leitura!

*Caso não gostem de ler na tela [o que é bastante cansativo] ou não consigam imprimir, podem me pedir o original para xerocar.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Entrevista com o Magnani

Pessoas,

Aqui estão os links da entrevista citada em sala de aula com José Guilherme MAGNANI, professor de Antropologia da USP e coordenador no Núcleo de Antropologia Urbana (NAU, link ao lado), no programa Sintonia da Tv Assembléia de São Paulo.
Parte 1:

http://www.youtube.com/watch?v=6Jq4Y6r98jg

Parte 2:
http://www.youtube.com/watch?v=EV-LbZa0uXc

Parte 3:
http://www.youtube.com/watch?v=7Hpsr5DTDTk


Tentei colocar o vídeo direto aqui, mas estava dando erro. Depois tento de novo.

Então,
Boa sessão da tarde!

domingo, 2 de março de 2008

Fim da Greve. Volta às Aulas. Estado de Greve.

Buenas!
Voltamos às aulas já fazem duas semanas. O blog, entretanto, demorou um pouco a retomar o fôlego. Contrariando a idéia de que no espaço virtual as coisas acontecem instântaneamente, apenas hoje surge este breve post que diz: "isto daqui ainda pulsa".

Em tempos de greve, diversos foram os caminhos tomados por nós. É, a gente nunca parou. Uma greve movimenta muita coisa fora e dentro de nós. Várias são as incertezas e as revoltas, às vezes tão pouco compartilhadas pelos sujeitos que fazem [e desfazem] esta Universidade. Temos gente cansada, angustiada, decepcionada, revoltada, confusa, desiludida, desacreditada e descrente depois de tantos meses de greves, negociações, promessas e retrocessos. Luta[va]-se por "Uma Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade", jargão tão ouvido e repetido por alguns de nós. Pode-se fazer a crítica de que, no decorrer deste processo, a greve focalizou-se apenas na obtenção de uma melhoria salarial. Melhoria essa mais do que justa, quando vemos os baixíssimos salários dos professores estaduais. Talvez seja mais assustador ainda ver que nem uma luta que "mexe com o bolso" foi capaz de mobilizar um contigente maior da 'categoria'.

O não-diálogo imposto pelo Governo Estadual também nos leva a refletir sobre a relevância que o seu representante, sr. Cid Gomes, dá à Educação. O decreto que tornou a greve ilegal e as opiniões que desacreditavam o movimento grevista contribuiu ainda mais para o aumento da confusão sobre a legitimidade do movimento.

Não participei nem acompanhei esta greve, o que me impossibilita de ter qualquer opinião mais contundente sobre o que tem acontecido.

E nós, estudantes, no meio de tudo isso? ... a crise é estrutural, patatipatá... mas confesso que fico angustiada em ver (e sentir) tanta desilusão e acomodação no corpo de gente tão jovem. E não me refiro a sair correndo com uma faixa na mão gritando qualquer coisa pelo fim do capitalismo. Mas aquele CH anda (depois de algum tempo pensando e de alguns deletes) sem brilho. Ou talvez seja eu que, em fim de carreira e com a vista cansada, não veja aquilo pulsar.


Talvez seja porque é domingo, o céu está nublado e tenha envelhecido alguns anos em poucos caracteres.

... vou correndo escutar "Apesar de você", do Seu Chico. E encher os pulmões de novo.

(...)

"...Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia...
"


Para os que não viram a notícia no jornal O Povo: